Conheci a Cíntia e seu trabalho bem na virada do século, no ano 2000 para ser exata. Foi um ano muito difícil para mim, de muitas mudanças e perdas que, como em geral acontece, começaram a se refletir no meu corpo. A tensão nos ombros afetava todo o pescoço e fazia com que eu me encolhesse como um tatu-bola. As dores na lombar quase me impediam de sentar, como se meu corpo me obrigasse a ficar em pé e a empurrar a vida para a frente mesmo sem saber bem para onde ir. Eu tinha que fazer alguma coisa e, em geral, é mais fácil começar a deslindar as tramas pelo físico do que pelo mental ou espiritual.

Uma amiga minha me recomendou a clínica onde a Cíntia trabalhava naquela época, deixando bem claro que era com ela que eu devia marcar. E assim fiz. A habilidade sem igual com as mãos e a extrema sensibilidade no trato me impressionaram desde a primeira consulta. A Cíntia pode fazer uma massagem forte e, se for o caso, até passear nas costas do paciente com toda a força e delicadeza que isso requer. Também pode fazer uma massagem leve e suave, colocando mais pressão onde achar que deve. Tem treinamento para isso e muito mais.

Mas o melhor da Cíntia é que a gente não precisa explicar muito o que tem ou onde dói: ela, não sei bem como, percebe. E faz o que é necessário onde é necessário. Quando estou numa sessão com ela relaxo e não penso em mais nada porque sei que, como um virtuoso ao piano, se a Cíntia decidir abandonar a partitura ela também sabe tocar muito bem de ouvido. E é essa sua extrema sensibilidade, aliada à suavidade e à dedicação, que a tornam a formidável profissional que ela é.

Teresa Marta Smith de Vasconcellos (Tetê)